História dos anos 70
Cenário de grandes inspirações para a moda, a rica década de 70 é marcada por grande revolução no comportamento juvenil, assim como na música e nos direitos femininos.
O estilo predominante era o glam-chique e o power flower – hippie.
O estilo hippie-chique é a “volta- a- natureza”, as roupas são de tecidos rústicos, as saias de lã com batas ou blusas grossas de tricô, botas amarradas, anáguas rodadas em estilo camponês e o uso de estampas florais e multicoloridas. Esse estilo foi bem representado pelos participantes do Festival de Woodstock.
A mulher se posiciona em novos cargos que antes eram ocupados pelos homens. Com isso, suas roupas de trabalho recebem corte masculino nas saias, coletes, paletós, camisas e calças que ficam mais largas.
Contrapondo a isto, também temos neste período a valorização do corpo. Os jeans e as calças se tornam mais justas e se populariza o uso das malhas.
É também dos anos 70 o uso de lurex, a moda disco que emplacou no Brasil com o sucesso da novela Dancin Days. Texto: Roberta Lohn
Década de 70
O Milagre Brasileiro desencadeia uma atividade econômica acelerada e um mercado de consumo excitado que foram fundamentais, segundo Edgard Luiz de Barros, para a efervescência das representações da moda no Brasil dos anos 70.
No início desse período, vemos o ufanismo alimentado pela vitória na Copa do Mundo, o “Brasil ame-o ou deixe-o”, o consumismo e a euforia que não demoraram a entrar em choque com a censura e perseguições políticas.
1- Vitória na Copa do Mundo, o “Brasil ame-o ou deixe-o”
2- A Rede Globo se consolida
3 – Marília Valls criadora da grife Blu-Blu, ícone dos anos 70 em Ipanema
2- A Rede Globo se consolida
3 – Marília Valls criadora da grife Blu-Blu, ícone dos anos 70 em Ipanema
Nesta década, a Rede Globo se consolida. Quarenta por cento das casas já tinha televisão fazendo com que o Brasil se tornasse um dos mais dinâmicos mercados de TV do terceiro mundo, de acordo com dados citados por Edgard Luiz de Barros.
Na moda começa a profissionalização. As Butiques se firmaram e criam suas próprias confecções. Para Joffily, nesse momento começa a criação de roupas nacionais:
“(…) confecções de luxo: aqui começa, propriamente dita, a criação de roupas nacionais, o estilismo. Destaque para o Grupo Moda-Rio, no início dos anos 70, o primeiro núcleo organizado de estilistas – sem uma unidade estética, é verdade – reunindo esforços para conquistar espaço para a sua produção dentro do mercado nacional. O público alvo era uma classe média de maior poder aquisitivo, aproveitando a ascensão propiciada pelo chamado ‘milagre econômico’. É o momento de fundação do prêt-à-porter nacional.” ( Joffily, 1991, p. 56).
Nesse processo de legítimas criações nacionais está a tanga, nascida em 1974, em Ipanema, logo exportada para outros países.
Em 1972 a Rhodia promoveu o “Brasilian Nature”, onde os mais famosos pintores do país estamparam tecidos para serem figurinizados por costureiros igualmente conhecidos.
1 e 2 -Leila Diniz: escândalo ao aparecer grávida na praia e de biquíni, em 1971 / 3 – No início dos anos 70, a modelo Rose di Primoinova. Ao cortar as laterais da calcinha e amarrá-las, cria a tanga, que se tornou famosa em todo o mundo.

Rhodia – Vestido de Alceu Pena, com estampa de Francisco Brennand
Zuzu Angel, estilista mineira, que segundo Joffily, foi precursora, em retratar o instinto de nacionalidade em suas criações e também, a primeira criadora de roupas brasileiras a vender sua produção em Nova York. Na época, criou uma coleção inspirada em temática nacional – com Baianas, Lampiões e Marias Bonitas. Suas criações eram marcadas com motivos de anjos e situadas em um meio-termo entre a alta-costura e o prêt-à-porter.
Zuzu Angel costumava dizer que sua moda era para mulheres que em nada lembravam as magérrimas manequins. Ela teve seu filho desaparecido, vítima da ditadura militar, jogando toda sua força na denuncia e busca do cadáver do filho, fazendo o primeiro desfile-denúncia da história da moda, realizado em Nova York, apresentando tanques, pássaros aprisionados, anjos mutilados, caveiras e manchas de sangue bordadas sob vestidos de gaze verde-amarela, deixando assim sua mensagem de cunho artístico e político. Em 1976, um atentado terrorista forjado de acidente de carro matou a estilista.
Luís de Freitas, no Rio, passou a ser a referência na moda masculina brasileira ao lançar propostas inovadoras e inusitadas, com sua marca Mr. Wonderful, alcançando também reconhecimento internacional. ( Braga, 2003)
Paradoxalmente, os anos 70 foram sinônimos de crescimento e internacionalização da economia, desta forma deixou de ser interessante falar de “moda autenticamente brasileira” como estratégia de venda das grandes produtoras de matéria-prima. Assim, empresas como a Rhodia optaram por reconhecer essa abertura na cadeia têxtil e tentam sutilmente reduzir a dispersão através da pedagogia do estilismo industrial :
“(…) convidando a francesa Marie Rucki a visitar periodicamente o Brasil e a ensinar montagem de carnês de tendências, estimulando a ‘criatividade’ do estilista brasileiro na ‘conciliação’ entre a moda brasileira e as tendências emanadas de Paris”. (Edgard Luiz de Barros, 1993, p. 36).
Neste período, para João Braga, prevalece a identidade da moda jovem e o aspecto de contestação. Em circuito mundial acontece o movimento hippie.
Luís de Freitas criador da marca Mr. Wonderful
Criações de Zuzu Angel
As Frenéticas – Dancin’ Days (1978)
Leia também Butiques de Ipanema de Renata Sernagiotto.
“Com a chegada do Píer, em 1971 e todos os acontecimentos que marcaram o novo point de Ipanema, a marca era a preferida dos hippies de butique, sendo Gal Costa a artista que vestia a marca e símbolo também do Píer e das Dunas do Barato. Em 1973, Adriano Aquino ganhou um prêmio do governo francês e partiu para Paris, dando assim o encerramento da marca.
Fonte 6 – Marília Valls
Fonte 6 – Marília Valls
Marília Valls, a dama da moda carioca. Descendente de uma família que se mantinha de aparências: divorciada e sem o dinheiro de seu pai, viu-se obrigada a trabalhar em uma época em que as mulheres não trabalhavam e não se divorciavam. Marília fez carreira na indústria têxtil e mudou o mercado da moda no Brasil. Cansada de ser empregada e já com um nome forte no mercado, decidiu pegar o dinheiro que tinha juntado e abriu a Blu-Blu, nome proveniente pela falta de dinheiro, fato que só permitia a criação de blusas.
Depois expandiu suas criações para vestidos de rendas, aventais tingidos por artistas plásticos e tudo o que pudesse ser usado do umbigo para cima. A Blu-Blu desenvolveu um estilo inovador, uma moda de vanguarda, que era apoiada em aproximadamente cinco elementos estéticos: o elemento retrô e nostálgico; as cores de suas estamparias que misturavam cores jamais antes propostas como laranja e o turquesa; o toque branco nas coleções, inspirado em nossa cultura e pelo sol carioca; o toque romântico das rendas e babados, também inspirado por nossa cultura e folclore e por último o elemento lúdico e da fantasia imposto desde a decoração de sua loja, como nos desfiles que criava na rua, em frente à casa branca na antiga rua Montenegro – hoje, Vinícius de Moraes, número 111.
Os desfiles eram grandes acontecimentos que paravam o bairro pela grandeza do seu show, anunciando o lançamento de uma nova coleção. Modelos como Monique Evans, Xuxa Lopes, Silvia Pfifer, Ísis de Oliveira, Débora Bloch, Beth Lago, entre outras executavam coreografias dirigidas por Paulo César de Oliveira e Biza Vianna, filha mais velha de Marília. Por questões financeiras, a Blu-Blu fechou suas portas em 1987. Marília nunca saiu do cenário da moda. Junto a toda sua experiência e aos anos que fez parte do grupo Moda-Rio, sentiu-se preocupada com a formação de profissionais deste setor. Criado em 1978, devido a fragilidade que o comércio da moda enfrentava naquela época sensível em todos os campos, estilistas e comerciantes em ascensão no momento se uniram buscando uma estrutura de base para melhorarem os negócios.
O grupo Moda-Rio tinha como objetivo melhorar o espaço de divulgação de seus trabalhos e era formado por Marília Valls, Luís de Freitas, José Augusto Bicalho, Teresa Gureg, Beth Brício, Sônia Mureb, Marco Rica, Ana Gasparini e Suely Sampaio. Em estilo, cada um tinha a sua individualidade, mas em objetivo de melhoria do mercado, de pesquisa de tecidos, tendências, modelos de estratégias mercadológicas, todos compartilhavam juntos. A repercussão do grupo foi inevitável e foi o grande lançador das discussões de moda e das associações voltadas para este mercado. Como conseqüência, consolidava o Rio de Janeiro como grande centro da moda brasileira. O grupo foi dissolvido em 1982, no auge de um período de recessão marcado pelo declínio do então regime militar. Paralelamente, o Rio de Janeiro perdia seu lugar de centro da moda nacional. Em 1989, Marília passou a coordenar o setor de estilismo do Núcleo de Moda da faculdade Cândido Mendes, na cidade do Rio de Janeiro. ”
Por dentro dos anos 70
O estilo boêmio, tendência neste inverno, é uma versão mais chique do visual hippie setentista. A década, rica culturalmente, também foi marcada por outros movimentos jovens que refletiram na moda, como os baladeiros da era disco e os punks
Por João Batista Jr.
O mundo da moda é cíclico. Os estilistas, na busca por inspirações, resgatam elementos de décadas passadas para criar o desejo pelo novo. Se na última temporada a modelagem balonê e o jeans colorido dos anos 1980 voltaram com tudo, neste inverno o estilo dos hippies setentistas é que está em alta. "Rebatizado de boêmio, essa tendência tem o conforto como fundamento", diz a consultora de moda Manu Carvalho. Esse revival vai ao encontro dos ideais de liberdade dessa tribo, refletidos em peças soltas, como os vestidos e saias amplas e as pantalonas. Amantes da natureza, os hippies valorizavam tecidos como algodão, lã e seda. Medicinas e terapias orientais chegaram ao Ocidente e elementos étnicos entraram pela porta da frente do mundo fashion pelas mãos de Yves Saint Laurent.
Os jovens setentistas romperam a barreira entre o masculino e feminino. O jeans se tornou uma peça unissex por essência e o modelo 501 da Levis, ao lado da jaqueta perfecto e do Converse, virou um clássico. Em meados da década, a estética hippie já perdia sua força. "Era a vez das discotecas", recorda Maria Claudia. As pistas de dança, assim, se tornaram grandes passarelas. Camisas de cetim, meia-calça de lurex e roupas à base de lycra eram o uniforme dos baladeiros. O fim da década foi marcado pela ascensão do movimento punk em Londres. A estilista Vivienne Westwood foi quem concebeu o look fetichistas dessa tribo, que abusava de elementos como couro, tachas e correntes.
Os jovens setentistas romperam a barreira entre o masculino e feminino. O jeans se tornou uma peça unissex por essência e o modelo 501 da Levis, ao lado da jaqueta perfecto e do Converse, virou um clássico. Em meados da década, a estética hippie já perdia sua força. "Era a vez das discotecas", recorda Maria Claudia. As pistas de dança, assim, se tornaram grandes passarelas. Camisas de cetim, meia-calça de lurex e roupas à base de lycra eram o uniforme dos baladeiros. O fim da década foi marcado pela ascensão do movimento punk em Londres. A estilista Vivienne Westwood foi quem concebeu o look fetichistas dessa tribo, que abusava de elementos como couro, tachas e correntes.
| Romantismo Vestidos com babados e estampas de flores davam delicadeza à juventude paz e amor | Multicultural Estampas étnicas chegam às passarelas de Paris pelas mãos de ninguém menos que Yves Saint Laurent |
| Pacifismo Jane Fonda participou de movimentos que pediam o fim da Guerra do Vietnã. Caiu nas graças dos hippies e foi alçada à musa de uma geração | Glam-Rock A androgenia de artistas como David Bowie agregou calças justas, botas de salto e, sobretudo, a maquiagem ao visual dos homens |
| Na Pista O filme Os Embalos de Sábado à Noite traz a febre das discotecas às telas do cinema com John Travolta | Além da aparência Entre uma tacha e outra, o movimento punk pedia conscientização política aos jovens |
Nomes de músicas dos anos 70 para animar sua festa
Uma boa festa não pode faltar músicas dos 70 , melhor ainda, se a festa for temática, e o tema anos 70, sempre é uma ótima opção. Aquelas roupas, penteados, enfim, a moda e as músicas eram demais, sem esquecer do bom e velho rock.
01 – Macho Man – Village People
02 – Bee Gees – Stayin’ Alive
03 – Tavares – More than a Woman
04 – David Shire – Manhattan Skyline
05 – Daddy Cool – Boney M
06 – Born to be Alive – Patrick Hernandez
07 – KC and the Sunshine Band – Boogie Shoes
08 – Ring my Bell – Anita Ward
E viva os anos 70! Ouvir estas músicas é bom demais. E para finalizar, só mais uma dica, em lojas de CD’s é possível encontrar coletâneas das melhores músicas dos anos 70.
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